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A sua agenda reflete as suas escolhas

Cotton BCCL - Coach Raquel Furtado

Quanto pesa um quilo de algodão?

“O que é mais pesado: um quilo de ferro ou um quilo de algodão?” Foi com essa pegadinha que meu professor de Ciências conseguiu capturar a atenção da turma, quando tínhamos 10, 12 anos. Metade (inclusive eu!) respondeu que era o quilo de ferro. Agora, ao refletir sobre o dia de hoje, me lembrei dessa história, e do meu espanto de criança ao saber que um quilo de algodão pesava absolutamente o mesmo que um quilo de ferro.

Estou com a ideia de peso x leveza na cabeça desde ontem. Conversando com minha mãe no telefone, comentei: “amanhã o dia vai ser pesado”. De fato, a agenda está cheia. Estou dando um curso de negociação para médicos, fisioterapeutas, engenheiros e arquitetos na Faculdade de Ciências Médicas o dia todo e à noite sigo com a rotina de aulas de Gestão de Pessoas no curso de Administração da PUC Minas. Uma carga de 14 horas de trabalho é pesada. Isso é um fato. Mas meu dia está leve como um chumaço de algodão!

O que me ajuda em dias assim (e que felizmente são cada vez mais raros) é me lembrar de que o dia que terei pela frente é meu. É o meu dia. Fui eu que escolhi. Eu escolhi ter um dia assim. Eu escolhi passar hoje 14 horas trabalhando direto. Depois, me lembro de que escolhi conscientemente e de acordo com os meus valores. Terceiro, que toda escolha tem consequências diretas e, também, “efeitos colaterais”. E, quarto, se escolhi isso é porque imaginei que minha escolha traria algum benefício ou, no mínimo, evitaria algum prejuízo. Estes quatro passos sempre me ajudam a ver as coisas de uma perspectiva mais lúcida e menos sofrida.

Vou chegar ao fim do dia exausta? Vou. Nem vou dar conta de comparecer ao jantar entre alunos e professores para o qual fui convidada, depois da aula na PUC, uma pena. Mas… fui eu que escolhi. (É verdade que 10 anos atrás eu encararia chegar ao restaurante às onze da noite numa boa. Neste caso, não tenho escolha. O envelhecimento é um processo natural. Mas considerando que a alternativa ao envelhecimento é a morte, posso comemorar, certo?).

A consciência de que minha vida é construída a partir de minhas escolhas me lembra de que estou no comando, e isso gera uma postura ativa, pró-ativa, diante das dificuldades que eu, como qualquer profissional, enfrento no dia-a-dia. É isso que me fez escolher o sapato mais confortável hoje de manhã, chegar de cara boa na FCM, e encarar a jornada exatamente como ela é: uma jornada que tem que ser aproveitada, minuto a minuto. Chegar é importante, mas aproveitar o caminho é fundamental.

Em outras palavras, escolhi encarar a vida com leveza. Já estamos no meio da tarde (aproveito o intervalo para terminar este post, começado na hora do almoço – um trabalho a mais que decidi encaixar na minha rotina já puxada para compartilhar com vocês meus sentimentos e reflexões, às vezes é irresistível!) e até agora acho que fui a melhor professora que consegui ser para os meus alunos, tentei passar tudo o que podia sobre o tema, contei um monte de casos concretos e me diverti. Estou trabalhando e me divertindo. Nós estamos nos divertindo.

Escolher ter uma vida leve não tem nada a ver com minha carga de trabalho, com o que eu faço, com as pessoas que encontro pela frente. Tem a ver com a minha postura diante da minha vida e do meu dia de trabalho. Tem a ver com ver o ferro ou ver o algodão. Os dois pesam o mesmo, mas que material te dá a sensação de leveza?

Quanto está pesando sua vida? Como trazer mais leveza para ela? Comente, todos podemos aprender com a experiência de cada um!